Vitamina E – Amigo ou inimigo durante a radioterapia?
21 de junho de 2018Muitas pessoas acreditam que a vitamina E é benéfica e, por isso tomam suplementos dessa vitamina.
Apesar da ausência de vantagens comprovadas, as vitaminas antioxidantes são amplamente utilizadas por períodos prolongados e em altas doses por pessoas saudáveis, com risco de doença cardiovascular e câncer, e por indivíduos com câncer.
Intuitivamente, alguém poderia pensar que a vitamina E protege o corpo dos efeitos tóxicos da radiação.
Assim, muitas pessoas tomam vitamina E durante a terapia de radiação, na esperança de reduzir os possíveis efeitos colaterais, mas não relatam isso aos seus médicos.
Desenho do Estudo
Para testar se a administração da Vitamina E durante a radioterapia poderia ou não prevenir o desenvolvimento de um segundo câncer no futuro, um ensaio clínico foi realizado no Canadá.
Seus resultados foram publicados recentemente no International Journal of Cancer.
Quinhentos e quarenta pacientes com câncer em estágio inicial da cabeça e pescoço que foram submetidos a radioterapia foram os sujeitos do estudo.
O câncer de cabeça e pescoço tem origem na região da cabeça e pescoço e inclui tumores malignos da boca, garganta, caixa de voz, seios e glândulas linfáticas no pescoço.
O tipo mais comum de câncer nessas regiões é o escamoso
O padrão de tratamento para o câncer de células escamosas da cabeça e pescoço, muitas vezes inclui radioterapia, bem como cirurgia e quimioterapia.
Quase metade dos pacientes recebeu 400 UI (Unidades Internacionais) de Vitamina E e a outra metade recebeu placebo, uma substância inativa.
As pessoas do primeiro grupo continuaram a usar vitamina E durante três anos após a terapia de radiação. Os pacientes foram acompanhados por um total de seis anos e meio.
Resultado
Os resultados do estudo foram surpreendentes e revelaram não só que a vitamina E não foi benéfica, mas, na verdade, foi associada a um aumento de quase 40% no risco de morte, quando comparada com as contrapartes que receberam um placebo.
Conclusões
Os pesquisadores concluíram que a vitamina E não é protetora e, na verdade, pode ser realmente prejudicial para pacientes com câncer de cabeça e pescoço que estejam recebendo radioterapia.
vitamina E se enquadra na categoria de anti-oxidantes.
Teoricamente, o resultado adverso pode ser atribuído à vitamina E ter um efeito paradoxal, ou seja, em vez de servir como um antioxidante, a vitamina E pode ter promovido a oxidação.
Ao deslocar outros antioxidantes dentro das células do corpo, essas células podem se tornar mais vulneráveis a danos causados pela oxidação.
As pessoas que estão sob terapia de radiação devem informar seus médicos sobre todos os medicamentos e suplementos que não precisam de receita médica.
A boa notícia é que os médicos podem aconselhar os pacientes com sabedoria sobre quais produtos podem ser usados com segurança.